Jejum terapêutico tem como objetivo desintoxicar o organismo e melhorar as funções gerais do corpo. Será que este jejum limpa a alma e o corpo mesmo?
Jejum significa ausência total ou parcial de alimentos. Pode ser levado a cabo por diversas razões, sendo os motivos médicos ou religiosos, os mais frequentes.
Em termos religiosos, o jejum é usado como forma de purificação do corpo e consequentemente da alma. Os Muçulmanos, por exemplo, aplicam de forma literal períodos de jejum durante o mês do Ramadão.
Já Católicos e Evangélicos acabam por usar mais a Abstinência que consiste na eliminação de um alimento, de uma prática ou de um vício específico – como por exemplo, para os católicos, a abstinência de carne nas sextas-feiras da Quaresma.
Em termos médicos, o jejum mais usual acontece quando se vai fazer alguma análise, exame ou cirurgia que exijam que o sistema digestivo esteja limpo e não tenha ocorrido absorção de nutrientes há várias horas.
Mas existe o chamado “Jejum terapêutico” que tem como objectivo uma desintoxicação do organismo e uma melhoria das funções em termos gerais.
O que é o Jejum terapêutico?
O Jejum terapêutico é uma técnica muito usada pela medicina oriental.
É um processo progressivo que ocorre por fases, sendo que a fase mais restritiva consiste só em líquidos de origem vegetal. Após o período de líquidos, a alimentação normal é retomada.
Na fase inicial e progressiva, o primeiro passo é a eliminação de alimentos de origem animal (laticínios, carne, peixe, ovos).
De seguida a consistência dos alimentos deve ser cada vez menos sólida de forma a facilitar o processo digestivo. Vai-se diminuindo a ingestão de proteínas e gorduras (soja, leguminosas, manteiga, azeite e outros óleos).
O auge do jejum terapêutico dura no máximo 3 dias, apenas com água e sumos de fruta num total de 4 a 5 litros por dia, para assegurar o aporte calórico. Devem beber-se sumos de 2 em 2 horas, alternando com água.
É preferível fazer sumos e não smoothies e normalmente estes regimes alimentares são incentivados a ocorrer entre Março e Setembro.
Após estes 3 dias, segue-se o caminho inverso, começando a tornar mais sólida a consistência dos alimentos (passar primeiro para fruta cozinhada, por exemplo), depois introduzir as proteínas e gorduras até que esteja a fazer a sua alimentação normal.
Portanto pode fazer um máximo de 7 dias: 2 dias de transição, 3 dias de jejum com sumos e mais 2 dias de transição para a alimentação normal.
Para uma desintoxicação mais leve aproveitando por exemplo um fim-de-semana pode fazer 1 dia de transição + 1 dia de jejum com sumos + 1 dia de transição para alimentação normal.
Existem estudos que mostram benefícios do jejum terapêutico em diversas patologias, (por exemplo aqui, aqui e aqui) mas este processo deve ser sempre acompanhado por um médico.
Jejuns com mais de 3 dias não suscitam consenso entre os profissionais de saúde e podem até ser prejudiciais.