A crise de pânico é caracterizada pela existência de um sentimento intenso de medo ou desconforto e de sintomas comportamentais ou cognitivos de ansiedade. É acompanhada por uma sensação de perigo e de um impulso para a fuga.
A perturbação de pânico está associada a diferentes sintomas físicos, perturbações funcionais e doenças médicas.
É uma situação clínica muito comum e deradora de grande sofrimento e alterações na vida das pessoas e dos seus familiares. O medo e a preocupação de que as crises se repitam aumentam inevitavelmente a atenção e a ativação geral dos indivíduos.
Quando essas crises acontecem durante o sono (saiba mais) a sensibilidade à ansiedade é ampliada. Os níveis de ansiedade e a duração da crise parecem ser maiores e os sintomas somáticos são em maior número. A comorbilidade com outras doenças é frequente.
O Pânico nocturno caracteriza-se por um acordar súbito com sentimentos de medo ou de terror e uma intensa activação fisiológica. Acontece durante as fases de sono lento, especialmente nas fases 2 e 3.
As queixas mais comuns de pacientes com transtorno do pânico, em relação ao sono, incluem insónia inicial ou de manutenção e sono não reparador ou fragmentado.
Quando comparados com indivíduos de grupos de controlos, pacientes com distúrbio do pânico têm latência do sono discretamente elevada e redução da eficiência do sono. Há um aumento no tempo de movimentação durante o sono (saiba mais), mas não há uma relação temporal entre esta movimentação e os ataques noturnos de pânico.
Uma importante consequência dos ataques de pânico noturnos é a privação crónica do sono (saiba mais). De facto, estes pacientes desenvolvem ansiedade antecipatória e comportamentos de evitamento. No caso específico de ataques de pânico no sono, muitos pacientes desenvolvem medo de dormir e atrasam o adormecer.
Estas crises podem apresentar semelhanças com as perturbações do sono relacionadas com pesadelos, terrores nocturnos e com a apneia do sono mas, são fenómenos clinicamente distintos.
Existem algumas hipóteses explicativas:
- Biológica- a desregulação do sistema respiratório ou um mecanismo de alarme por asfixia.
- Outra hipótese realça a semelhança entre o sono lento (no qual ocorre o pânico nocturno) e o estado de relaxamento (redução da tensão arterial e das frequências cardíacas e respiratórias). Estas modificações no estado interno podem ser desencadeadoras das crises em indivíduos predispostos para o pânico e, portanto, vigilantes mesmo nesta fase do sono para estímulos pessoais/físicos para eles significativos.
- Vivências anteriores de acontecimentos traumáticos parecem colocar as pessoas em situação de (híper)vigilância mecanismo ele próprio desencadeador de crises de pânico.
Perante uma crise de pânico noturna o que fazer?
- Levante-se;
- Não lute com a crise;
- Evite o porquê;
- “Contrarie” a hiperventilação;
- Realize uma tarefa física que não goste e que o faça voltar a ter vontade de dormir.
- Aplique algumas técnicas de relaxamento (saiba mais).
O tratamento envolve o apoio de técnicos de saúde e o envolvimento do individuo nesse processo até porque esta problemática ocorre (em grande percentagem) também de dia.
O individuo terá de aprender a agir sobre as crises de pânico e sobre os processos que são responsáveis pelo início, manutenção e recaída. Regular a ansiedade e ajudar reduzir a tendência dos doentes para interpretar as sensações corporais como catastróficas são instrumentos eficazes na prevenção.
A manutenção dos resultados positivos após um tratamento (psicológico e farmacológico) está dependente das alterações cognitivas ocorridas durante a terapia.
Esmeraldazul, para uma vida saudável, consciente e sustentável!